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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A beleza do funcinamento dos GRUPOS!


Trabalhar com grupos tornou-se uma paixão na minha vida desde que concluí a formação em Dinâmica dos Grupos pela Sociedade Brasileira de Dinâmica dos Grupos. Aqui, cabe um esclarecimento: é dinâmica DOS grupos, e não, dinâmica DE grupos.
A dinâmica de grupo é uma estratégia, um meio, um instrumento, aplicado e utilizado para dar aos participantes uma oportunidade de perceber comportamentos, dentro de um determinado contexto (dado pela dinâmica). Tem tempo, objetivo, regras e metodologia correta para sua aplicação.
A dinâmica dos grupos é o estudo sobre o funcionamento e movimentação do grupo. É refinar a percepção para perceber movimentos e conceber hipóteses que possam ajudar o grupo a entender e aproveitar de modo mais eficiente suas potencialidades em função do objetivo que os une.
Em ambos os casos, recomendo que aqueles que pretendem enveredar por este universo, façam cursos preparatórios, leiam, se informem, se exercitem.  
Tenho minha leitura e minha prática, no que diz respeito à dinâmica dos grupos, orientadas pelo trabalho de Kurt Lewin. De todos os teóricos que estudei, Lewin me encantou e me seduziu de tal forma que, mesmo tendo lido muito sobre suas teorias (ele escreveu pouco, seus seguidores é que escreveram sobre suas teorias), ainda me impressiono a cada nova leitura. E por culpa de Mauro, meu mestre, virei rato de sebo apenas para poder ler as publicações originais a cerca das teorias desenvolvidas por Kurt Lewin.
Os grupos têm movimentos próprios, fazem suas próprias regras subjetivas (as objetivas são fáceis de perceber), elege como líder aquele que melhor servirá a seus propósitos (propósitos do grupo, ressalte-se!) e tem dentro de si a solução para seus próprios problemas ou a força necessária para gerar as soluções.
Entenda que movimento subjetivo de grupo são as movimentações não verbalizadas, não acordadas pelos membros. Não pense que houve uma reunião onde se acordou uma ação ou omissão. E mesmo se houvesse tal reunião, haveria ali, além do assunto exposto, muitas outras questões subjetivas sendo resolvidas ou iniciadas. É fantástico!!!
O que cabe então ao profissional que trabalha com grupos? Reunir conhecimentos sobre o funcionamento de grupos e exercitar sua sensibilidade para observar tal funcionamento e propor as melhores hipóteses para que o grupo possa trabalhar.
Notou a palavra hipótese? Pois é! Você terá que abrir mão da sua necessidade de CONTROLE sobre o grupo. Isso não existe em grupos, não no que concerne ao seu papel como prestador de serviços ao grupo. Entenda: o grupo funcionará independente de você, a favor de você ou, até mesmo contra você. Mas funcionará SOZINHO. Meu mestre Mauro dizia uma frase perturbadora: “o grupo pode, também, ser cruel”.
Trabalhar com grupos exige que você exercite posições perceptivas (cibernética de primeira e de segunda ordem – Teoria Sistêmica, não PNL), exige que você não tenha respostas (o grupo as têm) e que você saiba que O MÁXIMO que pode fazer é FACILITAR ao grupo formas para que ele gere tais soluções.
Compreendendo o funcionamento do grupo, poderá ter melhores condições de oferecer instrumentos que possam ser úteis dentro de um determinado contexto (do grupo) e possa contribuir para, de fato, ajudar (o grupo).
E o papel do líder? poderá perguntar... Ah! O papel do líder é e-xa-ta-men-te este: facilitar o funcionamento do grupo. E você já viu inúmeras vezes na sua vida, o que acontece quando o líder não cumpre este papel, não é mesmo? O grupo acaba colocando o tal líder no seu “devido” lugar...

P.S. recomendo a leitura do tema sobre Liderança, postado neste blog nos meses de janeiro e abril

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Profissionais de solução

Perdoe a pobreza intelectual da lembrança mas, há uma cena de um filme chamado Cobra, estrelado por Silvester Stallone que nunca me saiu da cabeça pelo impacto das palavras: ela trava uma brevíssima conversa com um bandido e fecha com o seguinte mote: “você é uma doença e eu sou a cura”.
Era assim que o personagem de Stallone entendia sua missão: havia um problema e seu papel era solucioná-lo.
Acredito que este também seja o papel de todo profissional em sua área de atuação: ser a solução, ter a solução ou, pelo menos saber buscar a solução.
Muitos profissionais perdem um tempo precioso focados no problema, ao contrário de focar na solução do problema. Intermináveis conversas e reuniões improdutivas onde se fala amplamente no problema e bem pouco tempo se dedica a responder a simples pergunta: “sim! O que precisa ser feito?” Na verdade isso acontece por dois motivos. Primeiro, porque fomos criados dentro de uma cultura herdeira de um pensamento medieval onde, sofrer pode nos levar ao reino dos céus, logo, é bom sofrer, é apropriado sofrer pois, isso nos aproxima do divino. E como ter problemas significa sofrer, vamos ficar por aqui mais um pouco para garantir o lugar no paraíso. O segundo, porque muitos profissionais não têm uma solução prática para o problema que está diante de si, não tem domínio sobre seu conhecimento no sentido da aplicabilidade e da praticidade do mesmo.
Para testar esta hipótese, basta lembrar-se de quantos professores na sua vida escolar foram capazes de lhe informar onde e quando usaria o conhecimento que estava adquirindo naquela aula. Ele até poderia saber mas, não julgou importante lhe informar. E nossa formação ficou com estas lacunas que levamos para o exercício das profissões que escolhemos.
Bons profissionais geram solução, fazem parte da solução. Oriente suas formações para a busca de conhecimentos que vão ajudá-lo a gerar soluções na sua área de atuação. Acredite! Você vai economizar muito dinheiro e tempo. Sem falar da sua saúde física e mental, visto que, poupará muitos aborrecimentos.
E procure ampliar seu conceito de criatividade, no que diz respeito a gerar soluções. Ser criativo não é construir/propor/elaborar algo a partir de uma série de recursos disponíveis. Ser criativo é conseguir gerar uma solução com o mínimo de recursos (ou vai me dizer que você não lembra do Mcgyver?). Escuto constantemente profissionais me falarem que não conseguem produzir o que se espera deles por não possuírem as condições ideais de trabalho. Realmente!!! Em condições ideais qualquer pessoa é capaz de produzir. Mas só os realmente bons, ou diria, excelentes, conseguem produzir a partir do mínimo de recursos.
A busca da excelência deve ser uma meta de todo profissional. Lembrando que posso ser excelente mas, preciso ser PERCEBIDO como excelente. E não se preocupe! Por mais que você seja vítima dos “encantadores de serpente”, aqueles que fingem ser competentes, em algum momento, cai o pano, e farsa é desbaratada. Afinal, os bons sempre vencem! Ou não!!!???
E quanto a seu lugar no céu, não se preocupe. Isso também me afligia. Fui dar uma olhada lá na Bíblia e descobri que “cada homem será julgado segundo as suas obras” (Mateus 16:27).

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Currículo x competências


Antes de começar a escrever pensei em uns 10 “causos” para contar que ilustrariam muito bem o que pretendo lhe apresentar como eixos para construir alguns pensamentos... Mas, aprendi durante esta vida que a experiência de uma pessoa só serve para ela mesma. Logo, prefiro apresentar algumas ideias que, talvez, possam ser úteis para o crescimento profissional.
Desde cedo, quando se busca a inserção no mercado de trabalho, uma das grandes preocupações é a formatação de um currículo que possa tonar competitivo o candidato a trabalhador. O currículo é a carta de apresentação do candidato para a empresa, sua primeira “conversa” com quem irá contratá-lo.
Preparar um currículo gera muitas dúvidas, principalmente porque não se sabe se, quem vai pegá-lo, tem a preparação e, mais importante, está atualizado com os formatos de currículo que hoje se utiliza.
Também gera insegurança pois, às vezes o currículo ainda anda meio “mirrado” pela inexperiência ou, já tem experiência demais e não vai dar para você pegar o emprego porque “é bom demais para a função”.
De qualquer forma, aprendi uma coisa ao longo dos anos: “quem vê currículo não vê competência”, definitivamente. O papel, a frieza das letras, jamais vai refletir as competências, capacidades e habilidades que o profissional nominado no cabeçalho tem. Já vi imensos currículos de gente que mal sabe usar o que “diz que sabe”. Pelo escrito, o dono do currículo merece trabalhar na NASA. Pela presença, não trabalhava nem na feira... (que é um lugar super difícil de se trabalhar, diga-se de passagem!). Assim como já peguei currículos “mirradinhos” de gente que dava baile nas possibilidades de aprender e desenvolver novas competências...
Como quase tudo que busco escrever aqui, essas ideias saíram de uma conversa com uma pessoa querida. Vivia ela a dúvida de saber se aquele currículo demonstraria toda a sua vontade de ganhar o emprego ao qual se candidatava.
A notícia ruim é que, de fato, o currículo nunca conseguirá transmitir suas competências. A notícia boa é que já existem formatos que se aproximam do ideal no sentido de transmitir melhores informações sobre a competência profissional.
Outro aspecto que surgiu daquela conversa, é que, às vezes, temos conhecimentos que não conseguimos comprovar. Sabemos, tão somente. Aprendemos na vida, nas leituras, nas experiências, nos “batendo” e “debatendo”, olhando os outros fazerem... E não tem nem um papelzinho que possa provar que você sabe fazer aquilo e, muitas vezes, faz bem, faz excelente!!! E agora José? (grande Drumond!).
A necessidade de comprovar suas habilidades e competências dependerá da área em que você está buscando oportunidades. Saiba que algumas áreas, como a de educação (ou de qualquer mecanismo que trate de educação formal), TUDO precisa ser comprovado. Em outras, terá a benesse de comprovar o que sabe na prática, no fazer, na “labuta”. Aí sim! Separa-se o “joio do trigo” e vamos para outro nível de discussão: quanto do seu conhecimento adquirido você consegue transformar em solução na sua área de atuação? Somente dessa forma o papel da comprovação vale ir para a parede.