Sou filha de um lavrador que virou garçom e de uma dona de casa que virou manicure. Logo, tenho a mesma origem e a mesma história de boa parcela da população brasileira que conquistou um diploma de nível superior com muito sacrifício.
No entanto, ao longo da minha vida e, principalmente, desde que comecei a trabalhar com consultoria, passei a perceber como a herança moral recebida de meus pais foi imprescindível para que me tornasse um profissional competitivo no mercado de trabalho.
Na infância, lições simples ouvidas repetidamente tais como: “coloque seus sapatos no lugar”, “não deixe a toalha na cama”, “coloque o prato na pia”, “junte seus brinquedos” – podem gerar profissionais organizados.
Lições elaboradas, tais como: “vai fazer o dever”, “ajuda seu irmão”, “respeita seu pai”, “dê a benção para sua avó”, “tá na hora da escola”, “dê a cadeira para os mais velhos”, “não responda sua mãe” – podem gerar profissionais responsáveis, respeitosos e cumpridores de prazos, horários e deveres.
Lições mais elaboradas, tais como: “devolva o que não lhe pertence”, “não corra”, “vamos dar os brinquedos que você não quer mais para quem precisa” – podem gerar profissionais honestos, competentes, comprometidos com os objetivos e com a equipe.
Bons profissionais cumprem horários e prazos. Respeitam regras e, se não concordam com elas “pedem pra sair”. Esforçam-se na direção dos objetivos coletivos e tem comportamento profissional durante o tempo em que estão ligados por contrato com a empresa.
Cheguei à conclusão de que, bons profissionais são, quase sempre, bons filhos, bem criados e com uma boa base familiar. Boa parcela das competências buscadas pelas empresas está diretamente relacionada à formação moral do indivíduo.
No entanto, existem também aqueles que, providos do dom único do livre arbítrio, decidiram negar a criação de seus pais e seguir por outros caminhos.
Você, qual caminho seguiu?