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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Sobre DAR e RECEBER feedback

Uma das grandes lições que aprendi na vida, recebi de um facilitador, e hoje coach, chamado Paulo Valery. Sua paixão pelo trabalho que realiza me inspira até hoje. Disse-me ele: “os outros são espelho”. Aprendi que vemos nos outros aquilo que temos em nós. Do contrário, como reconheceríamos os rótulos que colocamos nos outros? Logo, o que gosto em mim reconheço e me aproximo de tão agradável pessoa. Mas o que não gosto em mim (luto arduamente, dia-a-dia, para combater), reconheço no outro e me afasto. Lição pesada, não?! Não aceitei, naquela época, considerar para minha sabedoria, essa proposta tão ousada. Rejeitei-a, sumariamente.
Mas você pode deduzir que a experiência (que se conta através dos anos) e a ampliação de conhecimentos (natural em todos nós) acabaram por me fazer considerar e depois aceitar essa perspectiva: “os outros são espelho”.
Entenda que nós temos uma percepção a cerca de nós mesmo que é válida e verdadeira. Temos consciência do que somos, do que podemos e do queremos. Estas dimensões estão localizadas na nossa IDENTIDADE e nas nossas CRENÇAS. Nossa identidade é o que somos de verdade, nossa essência e todas as nossas certezas do ser humano que nos tornamos. Nossas crenças são os orientadores dos nossos comportamentos, nosso sistema de permissão. Elas orientam o que fazemos ou deixamos de fazer. Orientam nossas escolhas.
Essa é a parte que conhecemos de nós mesmos.
O que os outros conhecem de nós está localizado no plano do COMPORTAMENTO. Nossos comportamentos (que foram permitidos por nossas crenças e orientados por nossa identidade), são analisados pelos outros dentro do contexto em que estamos inseridos, ou seja, o AMBIENTE.
A partir daí, forma-se a percepção do outro a cerca de nós. Essa percepção do outro é construída a partir da identidade e das crenças DELE. Aí dá-se o impasse. Outra pessoa, com base em outras crenças e com sua identidade particular e única, nos olha, nos percebe, nos recebe em seu campo perceptivo e nos analisa de acordo com seu universo de conhecimentos a cerca do mundo. Como pode dar certo?
Não dá.
Normalmente o que se vê são pessoas com dificuldades de ouvir as outras. Ou de ouvir, como se chama do ponto de vista técnico, feedback. O feedback é a percepção que o outro tem a cerca da forma como nos comportamos. Entenda que o outro não está falando da sua identidade, do que você É. Ele está falando do seu comportamento, de como você ESTÁ. O que É não se muda. O que ESTÁ pode ser mudado.
Ao receber feedback, ou se preferir, ao receber uma opinião ou crítica, (escolha a nomenclatura que mais lhe agrada mas, é tudo a mesma coisa) está recebendo uma possibilidade de ampliar sua percepção a cerca do fato que estão lhe relatando. Todo comportamento é movido e está de acordo com o ambiente em que nos inserimos e com a permissão que recebemos do nosso sistema de crenças. Ao ouvir o outro, posso ser levado a ponderar sobre o meu comportamento naquele momento e naquele cenário. Acredite, podemos crescer com isto!!! É só ouvir, pensar a respeito e utilizar as conclusões para seu crescimento. Se chegar a conclusão que não lhe serve o que o outro lhe disse, jogue fora. Não carregue peso desnecessário. Mas, saiba que suas possibilidades de crescimento estão a um ser humano de distância.

P.S. recomendo a leitura do texto sobre a Janela de Johari, postado neste blog no mês de maio

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