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sexta-feira, 22 de março de 2013

Carta aos Guerreiros...


Este artigo foi escrito em homenagem e em honra ao Policiais Militares que participaram do curso Formação de Instrutores, promovido pela Escola de Administração Pública

Minha Turma - homens e mulheres de coragem...


O ato de ensinar pressupõe uma certa magia! Um certo encantamento!
A magia acontece no momento em que se completa o ciclo de aprendizado, e quem aprende percebe que recebeu o que desejava. E quem ensina tem a certeza de que fez o que era bom: PARA O OUTRO.
Logo, ensinar é, antes de tudo, um ato de renuncia...
E para que se possa renunciar a alguma coisa é preciso amar demais para abrir mão do que queremos, acreditamos ou temos como certo, muitas vezes ao longo de uma vida inteira.
Falemos então, de ensinar...
Não há maior prova de amor do que permitir que o outro seja o que ele quer ser, sinta o que ele quiser sentir e se desenvolva o tanto que ele quiser se desenvolver.
Mas a maior prova de amor mesmo, é dar o melhor de nós e esperar que tudo o mais dê certo no final.
Nenhuma experiência pode ser mais fantástica, na profissão que exerço, do que se deparar com um grupo de profissionais que querem fazer o melhor! Eu tive o privilégio de conhecer um grupo de pessoas com uma preocupação de ser melhores, de fazer o melhor, de tornar o que está ao seu redor melhor.
Mas tem um detalhe: por maior que seja a nossa vontade, quando estamos inseridos dentro de um contexto, dentro de um sistema ou mesmo dentro de um projeto, se não houver vontade alheia, nós não conseguiremos chegar a lugar algum. E o sentimento natural que surge é a frustração.
Frustração que corrói, que causa dor, que desgasta, que faz perder a esperança, que espalha desesperança...
Ser um bom profissional, ser um profissional excelente (e já falei muitas vezes aqui no Blog), nunca vai poder depender dos outros, só pode depender de nós mesmos, do que somos capazes de inventar, do que somos capazes de criar, a partir do nada, muitas vezes.
Trabalhar com processo de aprendizagem, seja de um ser em aprendizado, ou de um ser já formado, no caso dos adultos, é muito desafiador, porque exige uma condição sine qua non pra que tudo o mais dê certo: não há como, definitivamente, ensinar sem amor, assim como, definitivamente, não tem jeito de aprender sem ter vontade.
Reunidas, o amor e a vontade, essas duas forças podem fazer muito, por ambas as partes: tanto por quem está disposto a ensinar, quanto porque quem está disposto a aprender.
Eu costumo dizer que, todo processo de aprendizado, gera algum incômodo, e muitas vezes, dor! Como, como eu acabei descobrindo ao lado do querido Django. A dor do aprendizado não é uma dor que mata, que aleija, que impossibilita... É uma dor necessária para que, aquilo que nós não sabemos, possa ser “ajuntado” com aquilo que nós, ainda, não sabemos. Mas, o mais importante de tudo é que, o quer que nós nos propomos a aprender precisa servir para alguma coisa – esse é o sentido da educação do adulto. Ele tem que saber, sentir e ter a certeza, de que aquilo que ele está aprendendo é aquilo que ele de fato precisa.
Mas, lamentavelmente, ou felizmente!, quem tem que decidir se ele precisa do que está aprendendo, é ele mesmo! Não tem como essa escolha ser terceirizada. Logo, todas as vezes que nós nos dedicamos ao processo de ensinar, poderá descobrir que nem tudo que está disposto a ensinar será interessante para alguém. E essa pessoa é livre para decidir isso...
É nessa hora que começa a ser testada a nossa capacidade de renuncia... Renunciar a todas as certezas que nos levaram até ali...
Vencer a si mesmo é imensamente mais difícil do que vencer o outro...
Força guerreiros!


* lembram do monstro feio??? kkkkkk Pois é... sempre estarei por perto!

quinta-feira, 14 de março de 2013

Na lanterna dos afogados...



                                   
Muitos são os momentos que enfrentamos dificuldades na vida e precisamos de algum tipo de socorro. Mas, nem sempre este socorro vem com a urgência que precisamos.
Algumas experiências pessoais, ajuntadas com boas conversas com pessoas queridas sobre estes momentos, me lembraram a letra da música que abre este artigo.
Aos fãs do Paralamas, eu já vou adiantando que meu raciocínio não seguiu o de Herbert Viana. Lembrei-me de outro significado dado à lanterna dos afogados.
Já deve ter visto em alguns filmes aquelas imensas boias salva vidas que ficam próximas à costa, em mar aberto, onde há uma luz no alto, um sino e alças para garantir que, aqueles que conseguirem chegar até ali possam ter uma chance de se salvar.
Há uma luz para se guiar até a boia. Há um sino a ser tocado para chamar a atenção e pedir socorro e, por fim, há as alças, tão necessárias para se agarrar, para se salvar, para esperar por ajuda...
Se até este momento esta metáfora não fez sentido ou não lhe remeteu aos seus momentos agarrado à “lanterna dos afogados”, eu tomo a liberdade de discorrer sobre isso.
Em alguns momentos da vida estamos jogados em um mar em fúria, que surra o nosso corpo com ondas descontroladas e pouco nos resta de ar para garantir a superação de diversas dificuldades. Mas, como seres fadados à superação desde os primórdios da nossa existência (sim! Nós temos em cada célula do nosso corpo um aprendizado de milhões de anos de superação. Logo, somos seres capazes!), ainda resta fôlego para colocar a cabeça para fora e conseguir enxergar uma luz que aponta a direção da salvação.
Neste momento, ao avistar a luz que orienta a direção, é preciso reunir os motivos que temos para chegar até lá. É preciso focar apenas em nós mesmos. Naquele momento estanque, embora necessitando de socorro imediato, ainda resta uma parte do caminho para trilhar sozinho. Isso é necessário! Pode ser cruel pensar na dor e na aflição que se passa durante este percurso mas, aquele momento é um momento de aprendizado sobre nós mesmos, é um momento de lutar por nós, sem pensar em mais nada. Sobreviver somente. E você já passou por diversos momentos como esse.
Ao chegar na “lanterna dos afogados”, ainda é preciso agarrar-se com força e lutar mais um pouco, até o socorro chegar. E ele vai chegar!
Para sobreviver é preciso ter vontade de viver. E quando se sentir seguro novamente, lembrar que aquele momento foi de aprendizado.
O que você aprendeu?
Quais forças contribuíram para que conseguisse superar?
Como este aprendizado contribuiu para o que você é hoje?
Essas marcas fazem parte do que nós somos e, no final, a gente sempre vai saber se virar, não é verdade?
Escrevi este texto na 3ª pessoa do plural. Por que? Por querer dividi-lo bem juntinho (vê se pode?!) com vocês.
Afinal, eu também já estive firmemente agarrada à “lanterna dos afogados”... muitas vezes!

(informo aos mais racionais que este texto é uma metáfora! Grata)


segunda-feira, 4 de março de 2013

Construa pontes...


“Se os caminhos não forem retos, construa os desvios. Se encontrar abismos, construa pontes...” Geni Frota

É absolutamente comum nos depararmos com dificuldades em qualquer processo em nossa vida. O que não é natural é paralisarmos diante dos obstáculos.
Afinal, se você considerar a evolução da humanidade, o ser humano é um exemplo claro de avanços constantes no sentido da adaptação, readaptação e criação de novos cenários mais favoráveis ao seu desenvolvimento.
A capacidade de agir diante dos obstáculos, de gerar soluções, de buscar alternativas e mover-se apesar deles, é inerente a todo indivíduo: Seja sozinho ou com a ajuda de outros. Esta capacidade humana de superação, no sentido de promover solução imediata e constante diante das dificuldades ou dilemas que se apresentam na sua vida, deu-se o nome de resiliência.
A Resiliência é um conceito adaptado, e emprestado, da Física, pelos estudiosos do Desenvolvimento Humano, que se refere à propriedade de que são dotados alguns materiais, de acumular energia quando exigidos ou submetidos a estresse sem ocorrer algum tipo de ruptura.
Talvez pergunte-se: por que é mais fácil para alguns desenvolver resiliência do que para outros?
Fatores ligados ao ambiente familiar, estímulos e limitações recebidos e mentoria durante o processo de desenvolvimento cognitivo, contribuem para definir o grau de resiliência que um indivíduo é capaz de desenvolver.
No entanto, é possível, mesmo depois de adulto, treinar e desenvolver a habilidade de ser resiliente.
O primeiro passo: estar disposto a quebra paradigmas, desafiar as próprias crenças e permitir-se uma nova forma de pensar a partir de feedbacks recebidos.
O segundo passo: é orientar a mente para que esta esteja SEMPRE focada na SOLUÇÃO. Focar na solução é citar o problema apenas uma única vez e partir para o levantamento de todas as possibilidades de possíveis, testá-las e eliminá-las ou aproveitá-las.
O terceiro passo: responda as perguntas:
1)    Em quais situações da minha vida eu “funciono” rapidamente?
2)    O que faz com que eu “funcione” mais rápido nessas ocasiões?
3)   Como eu poderia aplicar a resposta da pergunta 2 em outras ocasiões da minha vida?
Treinar-se constantemente para agir na conquista dos seus sonhos deve ser um hábito diário. Assim como um músculo que precisa ser exercitado para ganhar forma, tamanho e tonicidade, nossas competências subjetivas também precisam ser treinadas, exercitadas, através de repetição, para que encontrem o pleno funcionamento.
Logo, para tornar-se resiliente é necessário ser, também, disciplinado e comprometido. E, como tudo na vida, é um ciclo de aprendizagem constante.